Ipupiara
Uma história fictícia escrita por Rodrigo Flinkas para inspirar e descrever esse mito fantástico do folclore brasileiro.
Disclaimer: Legends of Amazon é um jogo voltado para maiores de 18 anos e suas histórias (inspiradas em fatos reais) podem causar desconforto devido à presença de violência ou humilhação.
Escrito por: Rodrigo Flinkas.
Este é um dos mitos mais antigos já registrado no Brasil. Está presente na carta de São Vicente do padre José de Anchieta de 1560, juntamente com Curupira e Boitatá. Segundo o jesuíta, o nome seria tupi para “aquele que mora na água“. A criatura era mais um dos “fantasmas” que assolavam os indígenas, matando e afogando aqueles que atravessavam o rio em suas canoas feitas de um só pau ou casca. Nenhuma referência à sua aparência é mencionada pelo padre, mas o Ipupiara fora mencionado também em outras ocasiões.
História da Província Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil é o livro do historiador e cronista português Pero de Magalhães Gândavo que narra a conquista e o estabelecimento de Portugal na América, além de retratar as plantas, os indígenas e os animais da nova terra.
Impresso em Lisboa na oficina de Antônio Gonsalues, em 1576, é muito raro, pois continha informações extremamente valiosas sobre a economia da colônia, preciosidades das novas terras além dos hábitos indígenas, importantes para os estudos e estratégias para a escravização indígena. Assim, a Coroa Portuguesa autorizou a impressão de poucos volumes com apenas um deles na Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro.

O Ipupiara é uma criatura descrita no livro como um monstro marinho ou um homem-peixe que vivia nas águas brasileiras.

"Ipupiara" deriva do antigo tupi Ypupîara, que significa "o que está na água" (y, água, pupé, dentro e ygûara, habitante).
Pero de Magalhães Gândavo conta que um Ipupiara aparecera em 1564 na praia de São Vicente (SP), a primeira vila brasileira, aterrorizando com sua aparencia a escrava índia Irecê que caminhava pela orla da praia tarde da noite. É relatado que se encontraria com o amante Andirá, ja morto quando avistou o monstro. Irecê fugiu apavorada gritando por ajuda e em seu socorro primeiro veio Baltasar Ferreira, filho do amo de Irecê que inicialmente não acreditou na historia, mas vendo sua aflição, resolveu chamar seu pai, o Capitão-mor da Vila. Seu pai então foi à praia verificar do que se tratava quando viu a fera ao lado do corpo de Andirá e imediatamente, aproximando-se em silencio, enfrentou o monstro, pegando-o desprevenido e abatendo-o a golpes de espada. Confirmando sua morte, requisitou que seu representante em São Vicente, Pedro Ferras Barreto, que residia em Santos, informasse à Coroa. Segundo o cronista, o monstro tinha “quinze palmos de comprido” (3,30 metros) e foram necessarias 6 pessoas para carregarem seu corpo.
Jean de Léry, em sua obra Viagem À Terra do Brasil, conta algo semelhante, que ele ouviu diretamente dos índios Tupinambás da Guanabara no século 16:
(...) Não quero omitir a narração que ouvi de um deles de um episódio de pesca. Disse-me ele que, estando certa vez com outros em uma de suas canoas de pau, por tempo calmo em alto mar, surgiu um grande peixe que segurou a embarcação com as garras procurando virá-la ou meter-se dentro dela. Vendo isso, continuou o selvagem, decepei-lhe a mão com uma foice e a mão caiu dentro do barco e vimos que tinha cinco dedos como a de um homem. E o monstro, excitado pela dor pôs a cabeça fora d'água e a cabeça que era de forma humana, soltou um pequeno gemido (...).
"Ipupiara" não trata-se de um único individuo, trata-se de uma espécie, comumente chamados de "Os Ipupiaras", "Um Ipupiara" e assim sendo, possuem sexo sendo machos e femeas e duas classificacoes, uma bestial magica e uma com tracos humanos. Partindo desse principio, Iara, também chamada de sereia, assim como o Negro D'agua, são Ipupiaras. Comumente encontrados como metade homem/mulher, metade peixe, é um povo sub-aquatico que vive nas profundezas de rios e oceanos, podendo tambem serem encontrados em grandes lagos e ate mesmo em algumas fontes, não limitados a Terra Brasilis mas também avistados no velho mundo sendo registrado inclusive pelo poeta grego Homero em sua obra Odisséia, no século VIII a.C.
Há relatos de outras espécies semelhantes, também chamados de sereias, metade homem/mulher e metade pássaro, entretanto, Ipupiara é o nome dado à espécie aquática.
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